Ausência da ‘Monilíase do cacaueiro’ impulsiona a produção de cacau no estado

Publicado 07/07/2021
A A

Com a implantação de projetos voltados a revitalização da lavoura cacaueira no estado, de iniciativa do Governo estadual em parceria com entidades ligadas a cadeia produtiva do cacau, Rondônia volta a tomar fôlego na produção da fruta. Hoje, segundo dados da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), já são 12 mil hectares plantados em todo o estado.
Um dos fatores que tem favorecido o cultivo do cacau em Rondônia, é a ausência da ‘Monilíase do cacaueiro’, uma doença causada pelo fungo Moniliophthora roreri, que ataca tanto o cacau quanto o cupuaçu, em qualquer fase do desenvolvimento, podendo causar perdas de 30% a 100% na produção dos frutos.

Esta semana, a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado (Idaron), divulgou informações do levantamento que é realizado anualmente, no período de janeiro a junho, sobre o controle da ‘Monilíase do cacaueiro’ no estado. De acordo com o levantamento, que este ano foi realizado em 1.010 propriedades rurais localizadas em todo o estado de Rondônia, não foi detectado sinal do fungo Moniliophthora roreri nas lavouras. “Esse trabalho é realizado sempre no primeiro semestre do ano, porque é o período de maior frutificação da cultura”, explica João Paulo de Souza Quaresma, coordenador de vigilância e controle de pragas.

Segundo ele, este trabalho de vigilância segue os procedimentos definidos pelo Ministério da Agricultura e contempla as propriedades que possuem cacaueiros e/ou cupuaçuzeiros, com inspeção das plantas em áreas comerciais, lavouras abandonadas, quintais produtivos e em quintais agroflorestais. “Além do levantamento, a Idaron realiza outras ações para prevenir a doença, como fiscalização do trânsito de frutas e mudas e educação sanitária”, destaca.

Os técnicos da Idaron estão preparados para atuar de forma emergencial nos focos iniciais da praga, tanto na detecção do fungo quanto na contenção de focos, mas, para que o trabalho seja ainda mais eficaz, de acordo com João Paulo, é fundamental a colaboração de todos. “Caso haja algum fruto com suspeita da doença, ele (fruto) não deve ser tocado ou retirado da planta. O local deve ser isolado e o produtor deve comunicar o caso a Agência Idaron o mais rápido possível”, orienta o coordenador.

Monilíase

A ‘Monilíase do cacaueiro’ poder ser dispersada pelo vento, chuva, insetos e animais silvestres, mas é por meio do homem que a praga pode ser levada para novas áreas, através de material contaminado, como roupas, utensílios, sementes, frutos etc.

Os sintomas da praga nos frutos são: manchas de coloração chocolate ou castanho-escuro, que aparecem entre 45 e 90 dias após a infecção e posteriormente, um pó branco que aparece de 5 a 12 dias e se solta dos frutos em grande quantidade. “Além do cacaueiro o cupuaçuzeiro e outras espécies silvestres podem ser afetados e transmitir a doença”.

A praga ainda não foi detectada no Brasil, mas está presente na América Central, Caribe e na América do Sul, inclusive em países que fazem fronteira com o Brasil como, Bolívia, Peru, Colômbia e Venezuela, aumentando o risco de entrada no país.