Projeto desenvolvido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Ariquemes, está entre os finalistas do Prêmio Educador Transformador. O Projeto “Economia Rural na Prática” foi desenvolvido pela Professora Quezia Rosa, com o apoio dos servidores lotados no Diepe (Departamento de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão), Mayko da Silva Fernandes, Tiago Cipriane e Lucas Cipriane. Realizado na disciplina de Administração Rural no Curso de Agronomia, a ação teve a participação de mais de 40 alunos da turma.

A divulgação dos vencedores será durante o encontro de educadores “Bett Brasil 2023”, nos dias 09 a 12 de maio, em São Paulo. A iniciativa de Ariquemes foi selecionada entre 212 projetos de todo o país para estar na final na categoria nível superior. Segundo Quezia Rosa, eles usaram os preceitos do Aprender Fazendo, objetivando proporcionar aos alunos a vivência dos conceitos relativos à economia rural, mais especificamente a reação do mercado no tocante a oferta e demanda de produtos agropecuários.

“Fiquei muito feliz com a realização deste projeto. Os alunos me demandaram atividades ligadas ao campo que eu até bem pouco tempo nem concebia como sendo possíveis, na disciplina de administração rural. Após a minha visita à Finlândia, passei a enxergar como de fato tornar o aluno protagonista de sua própria trajetória na construção da aprendizagem”, avalia a Quezia. A visita à Finlândia, citada pela professora, ocorreu no ano de 2021 no âmbito do Programa de Formação: Educadores do Século 21, uma capacitação que ocorreu junto à Universidade de Tampere, na Finlândia. Do IFRO participaram 13 servidores.

O Prêmio Educador Transformador é fruto da união do Prêmio Professor Transformador da Bett Brasil e Instituto Significare e do Prêmio Sebrae de Educação Empreendedora do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Conforme os organizadores, o prêmio para professores que transformam visa a reconhecer e promover práticas educacionais transformadoras. São 7 categorias em que haverá premiação, da educação Infantil até a educação superior. Ao todo foram 2.897 projetos inscritos, que passam por 3 filtros: de Pré Selecionados: avaliação se o projeto está dentro das regras estabelecidas e se a redação e o cadastro estão claros. Depois é o Filtro Finalista, em que são selecionados 70 projetos mais transformadores, sendo 10 de cada categoria com dois representantes de cada região. E finalmente o de Vencedores: que apontará o vencedor de cada um dos 7 segmentos.

IFRO Ariquemes

O Projeto “Economia Rural na Prática” foi executado em diferentes fases que se complementavam, sendo a primeira uma sala de aula invertida, para os alunos se apropriarem de alguns conceitos seguidas de visita de campo a supermercados para avaliar a produção, sazonalidade e a oferta e demanda de produtos agropecuários.

A partir daí teve início a implantação da produção de hortaliças em minifazendas que foram manejadas por meio do trabalho em grupos. Quando os alunos tinham dificuldade com a produção especificamente, procuravam os servidores Mayko, Lucas ou Tiago do Diepe/IFRO, para tirarem suas dúvidas referente a temas como irrigação, doenças, pragas, nutrição ou qualquer outro aspecto relativo à produção de horticultura.

No decorrer das atividades do projeto no semestre, outros desdobramentos aconteceram, tais como a finalização dele em uma ação de curricularização da extensão com doação da produção final para o Lar Fraterno da 3ª idade; e a execução de um Projeto Integrador entre as disciplinas de Administração Rural e Metodologia Científica, o qual foi baseado nos dados coletados nas minifazendas. Nessa fase, os alunos desenvolveram projetos de pesquisa e na sequência um artigo científico. Inclusive um dos artigos foi submetido e aprovado para apresentação no Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação (Connepi), realizado no final de 2022, sediado na última edição pelo IFRO Campus Porto Velho Calama.

Quezia Rosa diz ter planejado a aula para que os alunos pudessem vivenciar conceitos teóricos antes trabalhados apenas em sala de aula. “Os alunos aceitavam muito bem a ideia desde o início, embora alguns se mostrassem pouco confiantes no processo; mas se engajaram e persistiram superando as dificuldades que encontraram pelo caminho com a ajuda dos colegas de grupo e a orientação minha e dos parceiros técnicos em agropecuária lotados no Diepe. Além dos ganhos relativos à apropriação do conteúdo de economia rural, os alunos também se desenvolveram em relação à segurança ao enfrentar situações de risco, à comunicação, à articulação, à identificação de problemas e procura de soluções”, finaliza a docente.